Pensamentos aleatórios (e contraditórios)
Aqui há uns anos eu (imagino que como muita gente) tinha o século XXI em muito boa conta. Tinha uma aura especial. Quando era uma petiza, pensava eu que por esta altura a minha vida e a da restante população seria um bocado como nos jetsons: fatos todos catitas, casas aéreas, carros voadores, robots a servir-nos, refeições prontas num estalar de dedos...
Claro que eram desenhos animados, mas isso não interessava, eu gosta era do futurismo, da (suposta) previsão do nosso próprio futuro.
E agora cá estou. Cá estamos. Nada de carros voadores nem de colonizações de outros planetas. Afinal as séries de ficção científica não antecedem uma realidade, são só aquilo que são - ficção. Só se chama científica porque as fantasias em que assenta a ficção são de natureza científica. A ficção científica afinal é mesmo só um embuste, apesar de muito se ter dito pelo contrário.
Está bem que em algumas coisas a realidade acabou por concretizar a ficção, mas parece-me que se trata meramente da evolução "natural" das coisas. Ou então "eles" tinham razão. Muitas das engenhocas sem as quais não podemos viver, no sentido em que as tomamos por garantidas, existem por causa da ficção, de quem as imaginou tempos antes de acontecerem. Se um guionista qualquer não se tivesse lembrado de que os computadores poderiam estar ligados numa grande rede mundial, se calhar isso nunca teria sido desenvolvido.
E pronto, como se diz por aí, "se a minha avó tivesse rodas era um camião".
Se, se...
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