adj. 2 gén., que cola ou adere sem necessidade de ser humedecido

segunda-feira, agosto 29, 2005

Retratos da vida quotidiana

s/t #2

"Atenção senhores passageiros: o comboio suburbano com destino a _______ vai entrar na linha número __. Obrigada pela vossa atenção.

Na entrada para os comboios, atenção ao espaço entre a porta e a plataforma."

quinta-feira, agosto 25, 2005

A treta dos coletes

Muita gente já falou sobre os novos coletes reflectores. Falou-se sobre a sua utilidade, sobre os modelos terem que estar de acordo com as normas europeias, sobre as cores, e até sobre a nova moda de os colocar a decorar o banco do passageiro.

Supostamente os coletes servem para que os condutores e passageiros, caso tenham que sair do seu veículo, por algum motivo inesperado, sejam bem vistos pelos outros condutores de forma a (segundo os legisladores) "alcançar uma redução em 50% das mortes nas estradas".

Caso não tenham dado conta, eu iniciei a frase anterior com o advérbio "supostamente", isto porque eu pretendo provar que estas normas têm um efeito exactamente contrário ao que se pretende.


Ora sigam o meu raciocínio imaginando o seguinte episódio (não será tarefa muito difícil visto que o irão certamente reconhecer):

21.30h, o Sr. Manuel, a D. Maria e os dois filhos dirigem-se a Lisboa, pela autoestrada, vindos das anuais férias no Algarve. Como todo o português, não pode falhar a tradicional viagem no último dia de férias. A meio, os putos, que vão no banco de trás, reparam que o porta-bagagens vai aberto. A D. Maria começa a gritar para pararem já ali porque não quer sequer imaginar perder nem um exemplar das dezenas de pares de sapatos que levou para os 15 dias de férias que "não couberam na mala por causa da roupa nova que comprei". Só para não ouvir a mulher o Sr. Manuel lá acede a desligar o telemóvel (sem auricular ou sistema mãos livres), e aproxima-se da berma. Assim que coloca a mão no manípulo para abrir a porta volta a ouvir os gritos da D. Maria: que deve levar o colete obrigatório, senão "ainda levas com uma multa ainda por cima nestasalturasabrigadaestáportodoolado!".
Vá, adivinhem onde está o colete. Pois é: (em coro) nas costas do banco do passageiro! Quem é que lá vai sentado? A D. Maria. Como devem imaginar, a D. Maria não podia ser uma morena esbelta, tinha que ser uma loira platinada com alguns (bastantes) quilos a mais. Ela bem se esforça para retirar o colete do banco, mas tem que se render às evidências: tem que sair do veículo para o conseguir fazer. Coisa que faz em seguida sem se preocupar com os automóveis a passarem a 160km/h. Depois desta operação volta a entrar e entrega o colete ao marido.

Durante este tempo todo há que ter em conta que, no banco traseiro, os dois putos já desataram à dentada porque "ele deixou cair de propósito o gelado em cima do meu vestido novo que sabia que era o meu preferido, isto só para se vingar de eu ter deixado aquele cão que estava na praia roer o leitor de mp3 dele, sem querer claro!"
Entretanto o Sr. Manuel sai, veste o colete e dirige-se à traseira do carro.

Agora pensem lá o que é os outros condutores fazem ao verem uma cena desde tipo:
Os que se encontram perto travam a fundo para ver o que se passa: "Deve ser algum acidente, acho que vi sangue nos vidros traseiros!"
Os que vêm mais afastados abrandam também porque conseguem ver um colete reflector bem lá do fundo. "Deve ser a polícia que está a fazer uma operação stop"
É claro que algum dos automóveis que passam bate no da frente o que origina mais carros parados na berma e mais coletes reflectores: engarrafamento certo.

Epílogo:
Os poucos carros que conseguem passar incólumes à situação passam a 180km/h pela verdadeira operação stop parada apenas 3km à frente por pensarem que é outra cena semelhante à anterior.

Conclusões a retirar da história (para quem não tenha percebido):
1. Os coletes originam mais engarrafamentos (e, consequentemente, mais acidentes) porque se conseguem ver a uma distância maior e o português não consegue resistir a assistir à desgraça alheia.
2. Com tanta discussão por causa dos modelos dos coletes não podiam ter escolhido coletes diferentes dos usados pela brigada de trânsito? Se se chegou à conclusão que os agentes da autoridade deviam andar fardados para se distinguirem dos civis porque é que vamos agora retroceder?
3. De quem é que raio foi a ideia de colocar os coletes no banco do passageiro? E ainda pior, quem é que achou que essa ideia era boa e resolveu copiar?!

sexta-feira, agosto 19, 2005

Pensamentos aleatórios (e contraditórios)

Aqui há uns anos eu (imagino que como muita gente) tinha o século XXI em muito boa conta. Tinha uma aura especial. Quando era uma petiza, pensava eu que por esta altura a minha vida e a da restante população seria um bocado como nos jetsons: fatos todos catitas, casas aéreas, carros voadores, robots a servir-nos, refeições prontas num estalar de dedos...

Claro que eram desenhos animados, mas isso não interessava, eu gosta era do futurismo, da (suposta) previsão do nosso próprio futuro.

E agora cá estou. Cá estamos. Nada de carros voadores nem de colonizações de outros planetas. Afinal as séries de ficção científica não antecedem uma realidade, são só aquilo que são - ficção. Só se chama científica porque as fantasias em que assenta a ficção são de natureza científica. A ficção científica afinal é mesmo só um embuste, apesar de muito se ter dito pelo contrário.

Está bem que em algumas coisas a realidade acabou por concretizar a ficção, mas parece-me que se trata meramente da evolução "natural" das coisas. Ou então "eles" tinham razão. Muitas das engenhocas sem as quais não podemos viver, no sentido em que as tomamos por garantidas, existem por causa da ficção, de quem as imaginou tempos antes de acontecerem. Se um guionista qualquer não se tivesse lembrado de que os computadores poderiam estar ligados numa grande rede mundial, se calhar isso nunca teria sido desenvolvido.

E pronto, como se diz por aí, "se a minha avó tivesse rodas era um camião".

Se, se...

quarta-feira, agosto 17, 2005

Oh, the humanity...

O meu nome vai passar a ser "Rangina". Porque senti que o "O" se estava a meter entre a minha pessoa e os meus fãs. E isso não pode ser.

> para os que estiverem desinformados, hoje o P.Diddy anunciou que ia mudar de nome. Para Diddy. Sim, adivinharam, porque o P was getting between him and his fans. O grande comentário do Jon Stewart: "i don't it's the P... i think it's the bodyguards...".

quinta-feira, agosto 11, 2005

Fechado para férias

Se há uma coisa que me faz espécie é o mês de agosto em Lisboa. Está tudo fechado para férias. Se quisesse arranjar um meu hipotético carro, não podia, porque quase toda e qualquer oficina mecânica está fechada para férias. Tomar um café fora de casa também é complicado.

Lisboa torna-se um imenso deserto humano no verão. Só há uma (ou duas) coisa da qual não me posso queixar: se vier de carro, há muito menos trânsito, se vier de transportes, venho sempre sentada. O que é bom.

Ah, pelo menos um tipo de estabelecimento (sem contar com centros comerciais) com o qual posso sempre contar, das 9 (ou 10) da manhã às 8 da noite: as lojas chinesas. Essas estão sempre abertas.

Aproveitando o mote, também nós do autocolante vamos fechar para férias durante o mês de Agosto. Ou então não.

terça-feira, agosto 09, 2005

É a fome de bola... é a fome de bola...

É certo que, como gajo que sou, gosto de futebol. Não menos certo é que uma das condições para a criação deste blog, era precisamente não falar de futebol.

Não obstante, vou arriscar quebrar a regra para partilhar consigo, estimado leitor (e repare que usei o singular), o meu mais recente devaneio.

Logicamente que o nosso campeonato não é dos mais competitivos da Europa, mas o nosso "defeso" (época de transferências, entre o final de uma época e o início de outra) ou se preferir, o nosso Verão é dos mais animados do velho continente.

Se em Itália ou em Espanha o "mercado" se agita com a chegada de jogadores que custam milhões, por cá o objectivo parece ser contratar o jogador com o nome mais estranho ou difícil de pronunciar.

Isto pode ser muito engraçado e tal, mas é coisa para estragar a época balnear dos comentadores e relatadores desportivos, que têm de passar o mês de Agosto em cursos intensivos de preparação para a época que se avizinha.

Deixo-vos agora uma pequena lista de nomes estranhos, impronunciáveis ou simplesmente
engraçados de jogadores que militam na chamada Superliga e Liga de Honra.
ATENÇÃO!
Leitura não aconselhável a senhoras grávidas com dúvidas em relação ao nome a dar ao rebento. (Nota: não é, de todo, minha intenção pôr em causa a qualidade futebolística dos indivíduos que se seguem, eles encarregar-se-ão disso durante o campeonato).

Ivanildo, Ibson, Fatih Sonkaya, Tonel, Geromel, Attila Dragoner, Selim Benachour, Svärd, Tiero, Targino, Marek Saganowski, Essame, Valnei, Fahel, Mancuso, Komac, Olberdam, Sergipano, Bibishkov, Manduca, Pekic, Ladji Keita, Chidi Onyemah, Diogo Furlan, Ahamada, Albert Meyong Zé, Farnolle, Janício, N'Diaye, Adalto, Dembelé Siramana, Diakité Mamadou, Lacombe, Tchomogo, Sougou, Weligton, Boronad, N'Doye, Sanibal Orahovac, Abdoulaye Niang, Barrionuevo, Rolf Landerl, Mallo Diallo, Benaglio, Belman, Salino, Genalvo, Marchant, Bevacqua, Pateiro, Alex Terra, Rovérsio, Sidraílson, Braíma Injai, Robélio, Lirodiou Gonçalves, Quievreux, Kata, Harison, Alioune Touré, Matias Miramontes, Chilikov, Josieslei Ferreira, Peçanha, Sopalski, Sufrim, Fajardo, Solimar, Bruno Fogaça, Eriverton, Beaud, Junas, Nei, Malá, Buba, Combóio, Ludemar, Moses, Alcaráz, Loukima, Wesnalton, Wegno, Mércio, Raymond Mendy, Malafaia, Cuco, Topas, Abadito, Selmo, Mamadi, Wilsinho, Galhano, Lameirão, Calu, Branquinho, Saric, Costé, Barrigana, Gisvi, Bacari, Shuster, Duka, Serjão, Piojo, Nuno Sociedade, Siston, Orestes, Justiniano, Bock, Oseias, Moacir, Tarantini, Piguita, Banjai, Sanussi, Rebordão, Saavedra e Jairson.

Se a lista tiver o sucesso suficiente e em solidariedade com quem tem que sacrificar o Verão para conseguir articular, sem gaguejos ou hesitações, frases como "Depois de mais uma entrada duríssima de Lirodiou, Josieslei tem de receber assistência médica enquanto Orahovac, Robélio e Olberdam pedem o 2º amarelo para o jogador da Académica" ou "Mais uma jogada de entendimento entre
Geromel, Chidi Onyemah e Genalvo que culminou com um fantástico remate de cabeça de Dembelé Siramana a fazer, assim, o empate para a equipa da casa", prometo acrescentar o clube e a posição em campo de cada um dos jogadores. Está prometido!

Uma questão de contexto

Eu sei que era a Rádio Nostalgia e como tal dedica-se ao passado... Mas também não é preciso andarem a ler as notícias da Única (a revista do Expresso) de há uma ou duas semanas atrás! Até porque uma notícia de há tão pouco tempo ainda nem se pode dizer que seja algo digno de nostalgia... Velha, caduca, antiga, sei lá, mas não nostálgica, ainda mais quando o tema é algo tão prosaico como o título de mulher mais pernuda do mundo. Que já agora é uma tal de Vera Graff, se bem me lembro.
Ah, e para que conste, de seguida tocou a "Mrs Robinson" - haverá alguma intenção oculta por parte do DJ?